#chupa #forasarney #revolucaodesofa #twpirata
Talvez nem todo mundo saiba, mas o que muita gente temia – a orkutização do twitter - não aconteceu. Foi muito, muito pior! Há cerca de 48 horas, o Twitter virou a casa-da-mãe-joana!
Casa-da-mãe-joana é uma expressão de língua portuguesa que significa o lugar ou situação onde vale tudo, sem ordem, onde predomina a confusão, a balburdia e a desorganização. Sua origem remonta ao século XIV Fonte: Wikipedia
Tudo começou com o jogo Brasil x EUA, no domingo, quando o ator Ashton Kutcher, animado pela provável vitória de seu país em cima do nosso, fez alguns comentários e ganhou um #chupa de presente, que foi exaustivamente retuitado pela nação canarinho. Se eu não me engano, o dono da idéia foi o Cristhian Pior. Até aí, tudo bem. O #chupa foi subindo no Trending Topics, até que chegou em primeiro lugar, levando a galera ao delírio.
No dia seguinte, o assunto continuou rendendo e se misturou a outro movimento revolucionário, agora em prol da renúncia do José Sarney, com a hashtag #forasarney. Muitos tuiteiros ficaram eufóricos com a possibilidade do #forasarney subir ao sonhado 1º lugar do Trending Topics - e, com isso - promoverem um impeachment digital. Lindo, né? Esse movimento passou a ser chamado, ironicamente, de #revolucaodesofa.
Pra animar ainda mais, um grupo de celebridades globais e não-globais - Piratas do Twitter - anunciou que iria realizar um manifesto secreto, na madrugada de ontem. E adivinhem? #forasarney. Não satisfeitos, pediram ajuda do mesmo Ashton Kutcher (aquele que todo mundo mandou chupar no domingo) que, com muito bom senso, disse que isso se tratava de um assunto interno, do Brasil. Ou seja, ele disse que não se envolveria com a “causa”.
Paralelo a isso, um outro grupo criticava duramente as atitudes dos célebres piratas, formando uma verdadeira balbúrdia, um #mimimi sem fim, um auê, uma muvuca, um caos.
Eu estava confortavelmente dormindo quando tudo aconteceu; porém, como faço todos os dias, fui dar uma olhada nos tweets da madrugada e confesso que fiquei tonta. A impressão que eu tive foi de estar no meio de uma arquibancada daqueles jogos inter-classes, com um monte de gente gritando, apitando e tocando cornetas. Deu medo.
Para quem ficou de fora, recomendo a leitura deste texto do Link, que pertence ao Estadão - Subcelebridades brasileiras acham que sabem fazer política via Twitter .
Já há alguns dias, eu estava me sentindo muito incomodada, sem liberdade para tuitar, recebendo críticas de pessoas que ainda não aprenderam a usar o Twitter e que mal sabem o que é um RT. Se o RT for de um tweet do Cardoso… é pedrada na certa! Até cheguei a perguntar: por que é que eu levava a bronca e não ele, o dono da porcada? Por acaso a Trinity (meu avatar) seria menos temida do que o Dr.House (avatar do Cardoso)?
Enfim, sinto saudades de quando eu estava lá para levar informações aos meus seguidores - seja sobre blogs ou sobre qualquer assunto que me parecesse relevante - para me inteirar dos últimos acontecimentos ou mesmo para brincar no playground com os meus amigos, falar bobagem e dar muita risada. Na casa-da-mãe-joana simplesmente não dá.
Tuitar ou retuitar sobre política, futebol e religião é arrumar confusão na certa, nem que seja para alertar quanto à intolerância religiosa – tema que eu achava que era de interesse geral – ou apenas para comentar que não é só o Sarney que precisa sair.
Óbvio que não irei abandonar o barco e que estou apenas dando um tempo pra minha pobre cabeça cansada. Não irei também fazer considerações psicanalíticas, já que está todo mundo bem crescidinho e de psicologia as revistas femininas estão repletas.
Gostaria de saber a opinião de vocês, em mais de 140 caracteres, sobre tudo isso. Thanks!
